7 de set. de 2010

Lilith



Lilith é referida na Cabala como a primeira mulher do bíblico Adão, sendo que em uma passagem ela é acusada de ser a serpente que levou Eva a comer o fruto proibido.
No folclore popular hebreu medieval, ela é tida como a primeira esposa de Adão, que o abandonou, partindo do Jardim do Éden por causa de uma disputa, chegando depois a ser descrita como um demônio.

De acordo com certas interpretações da criação humana em Gênesis, no Antigo Testamento, reconhecendo que havia sido criada por Deus com a mesma matéria prima, Lilith rebelou-se, recusando-se a ficar sempre em baixo durante as suas relações sexuais. (…)

Assim dizia Lilith:''Por que devo deitar-me embaixo de ti? Por que devo abrir-me sob teu corpo? Por que ser dominada por ti? Contudo, eu também fui feita de pó e por isso sou tua igual.''

Adão se recusou a aceitar essa igualdade, insistindo em que Lilith deveria se deitar debaixo dele e argumentando que ele era superior a ela. Lilith não quis se submeter, visto que ambos haviam sido criados da mesma forma, e abandonou o Éden.

Adão foi se queixar ao Todo Poderoso, dizendo: “Soberano do Universo! A mulher que o Senhor me deu foi embora, fugiu.” Deus então mandou três anjos no encalço dela, dizendo a Adão:

“Se ela concordar em voltar, o que foi feito é bom. Se não, ela deverá permitir que uma centena de seus filhos morram a cada dia.”

Condenada e Demonizada

A partir daí, Lilith foi demonizada, pois ela se recusou em voltar.

O fato de que uma mulher que se recusou a ser submissa ao marido tenha sido transformada em demônio nos mitos não surpreende, mas não deixa de ser curioso o fato de que existem vestígios da história dela na Bíblia, os quais teriam sido expurgados quase por completo. Leia mais sobre isso aqui: A Primeira Mulher.

Com o ressurgimento das religiões pagãs, Lilith foi resgatada da categoria de demônio, embora esse resgate tenha ficado circunscrito à determinadas tradições, como a Bruxaria e a Wicca.

Nessas tradições, Lilith não é um demônio mas uma poderosa deusa primordial, que representa o poder da mulher. Poder não sobre o outro ou sobre as coisas, mas sobre si mesma – o poder de ser ela mesma, de saber fazer com que seu espaço e seu lugar sejam respeitados, de se expressar e viver como seja mais apropriado para ela, sem se submeter à condições abusivas ou mandatos culturais.


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