30 de out. de 2010

Por que temos pesadelos?

Eles são um sinal de que algo não vai bem no departamento psicológico, indicando conflitos interiores, questões malresolvidas ou excesso de ansiedade. "Existem casos que são fruto de um trauma. Se, por exemplo, uma pessoa foi assaltada e não quer mais sair de casa, ela terá pesadelos que a farão reviver a situação - como se o cérebro enviasse a mensagem de que ela tem que passar por aquilo de novo, até superar seu medo. Outro caso comum é o de pessoas muito ansiosas, que, geralmente, sonham com situações difíceis, mas possíveis, no dia-a-dia (nada de monstros ou criaturas fantasiosas!), como perder a hora ou sofrer uma perseguição", afirma a psicóloga Vânia Sartori, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Os casos mais graves são os de indivíduos que sofrem de medos patológicos - como a chamada síndrome do pânico e fobias em geral - e, por causa disso, têm pesadelos quase todas as noites.

No outro extremo está a ansiedade mais simples, como costuma ocorrer, por exemplo, na véspera de um vestibular. Outra fonte comum de pesadelos são traumas do passado - em geral da infância - que permanecem gravados no subconsciente.

E por que temos medo?

Conceitualmente podemos definir o sentimento do medo como sendo situações que, causaram dor física – mental – psíquica – espiritual, trouxeram constrangimento, provocaram frustrações, causaram insegurança, ocasionaram agressões e outras condições adversas ao bem estar. E, dependendo da intensidade de agravamento foram armazenadas nos arquivos da memória celular e, toda vez que situações similares são identificadas sensorialmente mecanismos orgânicos de defesa e de autoproteção são disparados para preservação e sobrevivência do indivíduo.

O sentimento do medo vem perseguindo os hominídeos há milhões de anos, poderíamos dizer até que, a sobrevivência destas espécies se deve em grande parte ao sentimento nato do medo. Pois em períodos remotos da sua evolução, nos quais, o ambiente onde viviam era inóspito e mutável, exigia dos indivíduos um senso de preservação e autoproteção bastante aguçados, chegando às vezes ao extremo de temer a própria sombra.
Naquelas condições as espécies e os indivíduos selecionados para sobreviverem eram aqueles equipados com órgãos sensoriais capazes de responderem imediatamente e adequadamente a estímulos externo e interno de seus corpos, atendendo às suas necessidades vitais básicas. Desta forma desenvolveram um padrão comportamental reativo e instintivo, ou seja, respondiam sempre e apenas aos estímulos da visão, da audição, do olfato, do paladar e do tato, tornando-os reféns dos reflexos condicionados estabelecidos ao longo do tempo. Com isto estas características especiais, genotípicas e fenotípicas, foram transmitidas à sua descendência garantindo a perpetuação das gerações futuras.
Neste mundo primitivo e competitivo, onde nossos ancestrais conquistaram e garantiram um lugar ao sol, co-existiam dois grandes grupos os raptores (predadores) e as presas, uns dotados de características para caçar e matar o seu alimento e os outros dotados de características para fugir e evitar ser morto se tornando comida. Neste jogo de vida e morte, o medo era a força motivadora fundamental e poderosa que impulsionava e comandava a tudo e a todos.

Evoluímos e, o Homo sapiens sapiens conquistou e chegou na condição da espécie mais inteligente do planeta e, com uma população acima dos 6 bilhões de indivíduos, tornou-se o mais numeroso raptor (predador) da história terrena, sem precedentes. Com isto, provocamos as maiores transformações no meio ambiente, conquistamos o espaço sideral, dominamos a tecnologia nuclear, manipulamos o código da vida (DNA), buscamos a Deus, filosofamos e outras peripécias. Mas, ainda mantemos o padrão comportamental reativo de nossos ancestrais, motivados pela energia do medo. Apesar de nossas necessidades vitais básicas serem atendidas com muito mais facilidade, em todos os aspectos, e sem a necessidade de caçar – ainda matamos para comer – reagimos a todo instante sob o império do medo, e reféns dos nossos reflexos condicionados. O jogo de vida e morte ainda perpetua, antes esta disputa, pelo alimento, era travada entre espécies, hoje as raças, grupos étnicos, camadas sócio-econômicas hominais são os protagonistas da decisão de quem perpetuará e quem sucumbirá, o troféu da vitória será a vil moeda. Não me refiro à energia do dinheiro lícito que, em mãos certas traz o progresso, a riqueza e o bem estar distribuídos eqüitativamente. Refiro-me sim à moeda temporal, circunstancial e de valor relativo, que corrompe, vicia, mata, violenta, entorpece e retarda a evolução consciente e vertical do homem.
Um novo modelo de padrão comportamental é proposto, exigindo mudanças comportamentais fundamentais e, se instalado conferirá ao homem o status de humano. Este comportamento denominado como pró-atividade, atitude pela qual não só reagimos aos estímulos sensoriais e do instinto, mas também desenvolvemos as nossas percepções extras sensoriais, a intuição, a visão além do alcance, a fé, o idealismo, a criatividade, o sentido da vida e, o mais importante a capacidade de sonhar acordado e perseguir os nossos sonhos. Para tanto precisamos ser livres para escolher as nossas respostas aos estímulos que nos bombardeiam a todo instante. E, só através do autoconhecimento poderemos nos libertar dos grilhões do medo, tão enraizados em nossa sociedade moderna.
Porém, se ainda re-agimos da mesma forma que os nossos ancestrais, primitivos e animalescos, no que nos diferenciamos deles? - Na inteligência diriam os mais apressados... No entanto, pesquisas recentes da psicobiologia comprovaram que os animais possuem graus diferentes de inteligência. Por exemplo, os chimpanzés que fabricam ferramentas com galhos de arbustos, para colherem os cupins nutritivos dentro do murundu. Após destas descobertas, fica a pergunta: o que proporcionou esta diferenciação tão fundamental, que em algum momentum da nossa evolução nos fez agir como hominal nas portas da humanidade.
Na minha visão de mundo, e após refletir sobre o assunto, concluí que foi a Consciência, uma competência, exclusiva da espécie hominal, que possibilita pensar e refletir sobre o nosso próprio pensamento, “Penso logo existo”.
Humanamente ‘pensando’, “Mais reflexão, e menos depressão”.


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